quinta-feira, 26 de maio de 2011

REVOLTA DA VACINA

A REVOLTA DA VACINA
Em 1903 Rodrigues Alves toma posse como presidente da republica continuando a politica hegemônica paulista. Seu programa de governo era em primeiro lugar mudar a imagem do Rio de Janeiro na época capital do Brasil, o Rio era uma cidade com total falta de infraestrutura para as realizações comerciais feita no país e ainda possuía problemas relacionados a saúde; a cidade era suja e cheia de doenças epidêmicas que ceifavam a vida de muitos moradores e estrangeiros que passava pela cidade, sendo conhecida internacionalmente como “o túmulo dos estrangeiros”.
O presidente Rodrigues Alves, iniciou seu programa dando total liberdade e independência para o engenheiro Francisco Passos nomeando-o prefeito, ele iria reformar o porto e revitalizar as ruas da cidade e o médico sanitarista Oswaldo Cruz para acabar com as doenças epidêmicas.
O então prefeito Francisco Passos inicia as reformas no porto e logo depois nas ruas alargando-as e asfaltando-as; dessa reforma muitas casas, casarões e cortiços foram derrubados um grande número de pobres que moravam nestes lugares tiveram que ir para as periferias e morros, e outros continuaram no centro da cidade morando na rua. Esta medida aumentou o preço dos aluguéis e tornou a habitação mais insalubre do que antes.
Depois das medidas das reformas do Rio, o Dr. Oswaldo Cruz iniciou suas campanhas em combate as doenças, trazendo muitas desconforto ao povo carioca; na luta para exterminar o mosquito da febre amarela os agentes de saúde na operação mata-mosquito invadiam as residencias; depois contra a peste o governo comprava os ratos como incentivo para a população caçá-los, teve gente que nesse período criava ratos só para vender ao governo; a medida que mais causou a revolta foi a regulamentação da vacina obrigatória; o povo era obrigado a se vacinar, pois sem a vacina não conseguiriam se matricular em escolas, casar-se, serem admitidos em industrias. A oposição insuflava a massa com artigos e charges nos jornais e com discursos contra a vacina, surgindo assim A Liga Contra a Vacina.
Entre 10 e 16 de novembro de 1904 Rio de Janeiro parecia um campo de batalha, populares lutando contra o governo, contra a vacina, contra a policia; a oposição querendo tomar conta da revolta para dar um golpe militar, porém a revolta era do povo então eles perderam o controle e não conseguiram dar o golpe. O governo põe a policia nas ruas, armam os bombeiros, chamam o exército e até mesmo a guarda nacional para conter o povo que também se arma com ferramentas e restos de construções das obras do Rio e as armas de fogo são saqueadas de delegacias, lojas e até mesmo cedidas pelos comerciantes. No final de tudo isso houve mortes, muitos feridos, muitos presos e muitos enviados para o Acre.
O que levou o povo a revolta foi a forma como o governo os tratava, sem um mínimo de respeito privando-os de moradia, do acesso ao centro da cidade (pois muitos tiveram que ir para periferias e morros), do respeito a sua privacidade, da falta de informação em relação a vacina, da forma abusiva e autoritária em que estas medidas foram tomadas tendo como os únicos prejudicados a massa pobre tirando o pouco que lhe restavam.

Bibliografia:
• SEVENCENKO, Nicolau. A Revolta da Vacina. São Paulo, Ed. Scipione, 1993.
• SCLIAR, Moacyr. Sonhos tropicais. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

ESCRITO POR :CRISTIANE MEDEIROS

2 comentários:

  1. O governo sempre foi covarde conosco!Quando não impõe de forma direta,como nessa Revolta da Vacina,impõe de forma indireta.

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  2. concordo plenamente,e o pior q são poucos os casos em que o povo luta a favor de seu direito

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