quinta-feira, 26 de maio de 2011

REVOLTA DA VACINA

A REVOLTA DA VACINA
Em 1903 Rodrigues Alves toma posse como presidente da republica continuando a politica hegemônica paulista. Seu programa de governo era em primeiro lugar mudar a imagem do Rio de Janeiro na época capital do Brasil, o Rio era uma cidade com total falta de infraestrutura para as realizações comerciais feita no país e ainda possuía problemas relacionados a saúde; a cidade era suja e cheia de doenças epidêmicas que ceifavam a vida de muitos moradores e estrangeiros que passava pela cidade, sendo conhecida internacionalmente como “o túmulo dos estrangeiros”.
O presidente Rodrigues Alves, iniciou seu programa dando total liberdade e independência para o engenheiro Francisco Passos nomeando-o prefeito, ele iria reformar o porto e revitalizar as ruas da cidade e o médico sanitarista Oswaldo Cruz para acabar com as doenças epidêmicas.
O então prefeito Francisco Passos inicia as reformas no porto e logo depois nas ruas alargando-as e asfaltando-as; dessa reforma muitas casas, casarões e cortiços foram derrubados um grande número de pobres que moravam nestes lugares tiveram que ir para as periferias e morros, e outros continuaram no centro da cidade morando na rua. Esta medida aumentou o preço dos aluguéis e tornou a habitação mais insalubre do que antes.
Depois das medidas das reformas do Rio, o Dr. Oswaldo Cruz iniciou suas campanhas em combate as doenças, trazendo muitas desconforto ao povo carioca; na luta para exterminar o mosquito da febre amarela os agentes de saúde na operação mata-mosquito invadiam as residencias; depois contra a peste o governo comprava os ratos como incentivo para a população caçá-los, teve gente que nesse período criava ratos só para vender ao governo; a medida que mais causou a revolta foi a regulamentação da vacina obrigatória; o povo era obrigado a se vacinar, pois sem a vacina não conseguiriam se matricular em escolas, casar-se, serem admitidos em industrias. A oposição insuflava a massa com artigos e charges nos jornais e com discursos contra a vacina, surgindo assim A Liga Contra a Vacina.
Entre 10 e 16 de novembro de 1904 Rio de Janeiro parecia um campo de batalha, populares lutando contra o governo, contra a vacina, contra a policia; a oposição querendo tomar conta da revolta para dar um golpe militar, porém a revolta era do povo então eles perderam o controle e não conseguiram dar o golpe. O governo põe a policia nas ruas, armam os bombeiros, chamam o exército e até mesmo a guarda nacional para conter o povo que também se arma com ferramentas e restos de construções das obras do Rio e as armas de fogo são saqueadas de delegacias, lojas e até mesmo cedidas pelos comerciantes. No final de tudo isso houve mortes, muitos feridos, muitos presos e muitos enviados para o Acre.
O que levou o povo a revolta foi a forma como o governo os tratava, sem um mínimo de respeito privando-os de moradia, do acesso ao centro da cidade (pois muitos tiveram que ir para periferias e morros), do respeito a sua privacidade, da falta de informação em relação a vacina, da forma abusiva e autoritária em que estas medidas foram tomadas tendo como os únicos prejudicados a massa pobre tirando o pouco que lhe restavam.

Bibliografia:
• SEVENCENKO, Nicolau. A Revolta da Vacina. São Paulo, Ed. Scipione, 1993.
• SCLIAR, Moacyr. Sonhos tropicais. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

ESCRITO POR :CRISTIANE MEDEIROS

quarta-feira, 25 de maio de 2011

REATECH

A REATECH é uma feira que trás aos deficientes meios de melhoramentos para as diversas deficiências trazendo tecnologias que beneficiem esses usuários.Ela tem por objetivo trazer ao mercado consumidor produtos quem vem crescendo a cada ano em nosso país,como cadeiras de rodas e carros adaptados aos deficientes físicos.Mas o que vemos não é só um publico consumista mas sim cidadãos que lutam por seu direitos de igualdade em mundo cada vez mais desigual.

Ao que podemos perceber a REATECH, representa para os deficientes não apenas uma feira na qual são apresentados produtos de acessibilidade, mas também um marco na busca pela igualdade de direitos, e pelo fim da barreira criada pelo preconceito.
Na REATECH, mais do que equipamentos e aparelhos para todos os tipos de deficiência, o que se percebe, é uma busca pelos direitos do cidadão deficiente, que muitas vezes se vê desvalorizado, tamanha falta de preocupação com suas limitações.
Fica claro na visão do grupo que o grande objetivo da feira é fornecer uma maior acessibilidade aos deficientes para que estes tenham uma adaptação cada vez maior ao convívio social, integrando-se aos mais variados seguimentos profissionais, e estudantis, sem que os mesmos enxerguem os deficientes como pessoas incapazes de realizar tais atividades. Podemos perceber que a feira vem para trazer dignidade e esperanças para aqueles que necessitam de acessibilidade, uma vez que no cotidiano ao qual estão inseridos, muitas vezes, estes se vêem sem perspectivas de crescimento, pois somado à deficiência, encontra-se o descaso de uma sociedade que não cria meios de acessibilidade, e que aliado a este fator, ainda reprime os mesmos com discriminação e preconceito.

A feira fez com que os nossos governantes se interessassem mais pela acessibilidade e outras questões em que envolve o deficiente físico assim como fez com que percebesse mos a igualdade em que falamos mas as vezes não fazemos.A feira nos mostra o quanto esse assunto é importante não somente no Brasil mais internacionalmente e que não podemos mais ignorar esse fato.Para os deficientes essa feira foi e está sendo um dos motivos de reconhecimento por parte do mundo em relação a eles e isso faz com que a feira seja um marco e uma vitoria no reconhecimento dos deficientes.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

ASSOCIAÇÃO EDUCAR PARA A VIDA

Olá pessoal a dica de hoje fica por conta de uma associação que dá até 50% de descontos em faculdades.Eu participo dessa associação e digo que isso não é enrolação é coisa seria!
Para quem quiser se associar e precisar do desconto eu vou passar o endereço que é o sequinte:Rua Felix Guilhen,37-Lapa de Baixo-São Paulo,SP.
É so descer na estação de trem lapa e se informar com um dos guardas da estação que explicarão sem erro o endereço,é super facil de chegar lá.
P.S:Para se associar é preciso levar uma foto 3x4,1 real(para confeccionar a carterinha)e 1 Kg de alimento (para ajudar os que precisam de alimento.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

FEIRA DO ESTUDANTE-EXPO CIEE

Tenho uma grande novidade para aqueles que estão pensando em fazer vestibular ou ainda estão em duvida de que carreira seguir,durante os dias 27,28 e 29 de maio de 2011acontecerá na Bienal do Parque Ibirapuera,a Feira do Estudante CIEE que traz grandes nomes de universidades para voce conhecer e tirar suas duvidas sobre carreira,cursos e etc.Eu ja tive a oportunidade de conferir em outros anos e recomendo para que todos vão,pois irão adorar o evento e terão uma visão mais ampliada sobre o mundo universitario.
Horario:de sexta a sabado das 10:00hs as 20:00hs
domingo das 10:00hs as 18:00hs
Local:Bienal do Parque Ibirapuera/SP
Avenida:Pedro Alvares Cabral,1/São Paulo/SP

terça-feira, 17 de maio de 2011

VIAGENS....

Olá a todos que adoram historia como eu mas que amam viajar e aprender sobre os lugares visitados...
A minha dica de hoje são alguns pontos turisticos em que eu tive o prazer de conhecer e recomendo a todos aqueles em que pesam em viajar para curtir as ferias ou para aqueles aventureiros(assim como eu)gostam apenas de sair com uma mochila nas costas e aproveitar o momento.
Aí vai as dicas.
Juazeiro do Norte-Ceará:Um otimo lugar para quem curte religão,ja que é um muito frequentado por romeiros.Outra caractaristica da região é a arte sacra,por conta de muitas igrejas que existem no local.Uma dica:a irem a Juazeiro do Norte não deixem de visitar a igreja dos Fransciscanos e dos Salesianos que se diferenciam muito de outras igrejas que voces ja tenha visto.
Petropolis-Rio de Janeiro:Com certeza uma das viagens mais inesqueciveis da minha vida,um lugar moderno mais ao mesmo tempo nos leva para o periodo imperial em que nosso pais viveu.Otimo lugar para quem curte lugares serranos e adora a historia nacional.Uma dica:não deixem de visitar o museus imperial e o museu quitandinha(antigo cassino) de Petropolis.
Paranapiacaba-São Paulo:Lugar para quem gosta de trilhas e muita cachoeira,mas tambem para quem curte a historia da ferrovia brasileira e saber sobre a pequena colonização em que a Inglaterra fez em nosso país.Uma dica:aproveitem a culinaria do lugar pois é otima e não deixem de visitar o museu castelinho.
Itú-São Paulo:Dizem que é a cidade que tudo tem o tamanho exagerado,mas não foi bem isso que eu vi não,ja que la so tinha um orelhão e semafaro grande(que eu me lembre),parece que voce esta num centro comercial sem muita coisa pra se observar.O que da um pouco de destaque é um museu com obras de artes(copias bem fajudas)do nosso grande pintor Almeida Junior.Uma dica:Não vão conhecer a cidade com uma guia turistica chamada Pipoca,ela acabou com a minha viagem.
Santos e São Vicente-São Paulo:Belas cidades praieiras,quem não curte esses lugares?Praticamnete minha terra natal!São cidades com grande marco historio(lugar em que os portugueses desembarcaram em 1502),antiga sede de concentração financeira do país e o lugar preferido de D.Pedro I(porque será,heim?!).Uma dica:Visitem todos os museus do lugar ja que todos são imperdiveis e hipotese alguma comem os doces de São Vicente(principalmente o musse de morango)além de serem caros não são nada bons...
Bertioga-São Paulo:Minha segunda casa!Alem de ter um belo forte chamado "São João" ,voce pode fazer uma viagem de balsa que é bem perto do forte e de graça.Alem de grande influencia indigena,a cidade é exuberante e o povo é muito hospitaleiro deixando os turistas muito a vontade na cidade de Bertioga.Uma dica:Pessoal ao irem a Bertioga confira no site da prefeitura se haverá eventos no local,ja que na maioria dos feriados a cidade sempre promove eventos gratuitos para todas as idades e gostos possiveis.
Então pessoal esses são alguns lugares que eu selecionei para postar no blog,mas logo eu estarei postando novas novidades que interessaram a todos!
Aqueles que tiverem vontade de ver as fotos dos locais mencionados é so visitar meu orkut que é licalin@yahoo.com.br,tambem estarei postando essas fotos no meu facebook que é licalindinha@yahoo.com.br

EVENTOS

Ola pessoal,a dica de hoje fica por conta do lançamento do livro que conta a historia de Itaquaquecetuba,que foi escrito pelos alunos da Universidade Guarulhos junto com os professores Everaldo de Andrade e Guilherme de Paula.O lançamento sera no museu de Itaqua que fica localizada na praça central da cidade e acontecerá no dia 17/05/11 do horario das 19:00 hs ate as 21:00 hs.
Outro evento acontecera no dia 21/05/11 na PUC(Pontificia Universidade Catolica)localizada proxima a estação Consolação,em que sera realizado uma palestra sobre o Haiti.O inicio da palestra acontecera as 13:00hs ate as 16:00 hs com recebimento de um certificado no final do evento.
Esses eventos ninguem pode perder...

domingo, 15 de maio de 2011

INDICAÇOES DE FILMES NACIONAIS EM CONTEXTO HISTORICO

Olá pessoal,hoje estou indicando filmes nacionais em que contam um pouco da nossa historia brasileira ou que refletem sobre esse tema,espero que gostem...
1° Carlota Joaquina
2° Batismo de Sangue
3° Sonhos Tropicais
4° Guerra dos Canudos
5° Caramuru-A Invenção do Brasil
6°Guerra dos Pelados
7° Olga
8° Independência ou Morte
9° Tiradentes
10° Xica da Silva

INDICAÇÕES DE FILMES MEDIEVAIS...


Olá pessoal,
a dica de hoje fica por conta das indicações de filmes medievais, em que todos teêm que assistir e vão amar esse tipo de filme que anda fazendo a cabeça dos historiadores....
1°O Incrível Exercito de Brancaleone
2°Irmão Sol e Irmão Lua
3°Em Nome de Deus
4°O Nome da Rosa
5°Caças as Bruxas
6°Morte Negra
7°Henrique IV
8°Pilares da Terra(8 capitulo-8 Dvds)
9°Hobbin Hood
10°Coração Valente
Estou indicando essa lista de filme por conta de ter assistido e está fazendo meu trabalho de conclusão de curso da Universidade Guarulhos baseado nesse periodo e no contexto cinema...
Espero que adorem

sexta-feira, 13 de maio de 2011

ANALISE DO FILME "O HOMEM QUE NÃO VENDEU SUA ALMA" COM TEXTO "UTOPIA"DE THOMAS MORE

Após ter lido o texto “Utopia” e ter assistido o filme “O homem que não vendeu sua alma” pode se notar que a historia se passa na Inglaterra e tem como rei Henrique VIII no poder onde esse rei tem um pensamento um pouco diferente da igreja católica cristã, pois acontecem justiças e injustiças no decorrer do sec.XVI.
No livro e no filme se vê muitas passagens do feudalismo para o capitalismo, onde a terra não é mais cobiçada como na era medieval, e que a maioria gostariam de prestar serviço ao rei, principalmente num cargo de respeito ou torna-se um nobre, juntando-se assim um pouco de riquezas.
Na Inglaterra as leis tinham que ser respeitadas e compridas, e aqueles que não cumprissem teriam como punição a sua própria morte apesar dessas leis favorecesse os interesses do rei e não exatamente da população.
O conjunto das obras percebe-se que é uma época que já se teve a reforma protestante com Lutero e que a igreja católica já não é a única a comandar a todos, apesar de haver um pensamento muito medievalista principalmente no filme, a relação da igreja e o rei, sempre entram em conflito, pois a igreja mesmo com o seu enfraquecimento possui um poder político e religioso muito forte na Inglaterra e quanto Henrique VIII quer todo esse poder para si.
O livro “Utopia” é muito complexo e fica mais fácil de debater e /ou comparar após assistir o filme “O homem que não vendeu sua alma”, pois esse dá uma visão melhor da época e como estava a situação do reino e da igreja no sec.XVI, após a reforma protestante com o Lutero.

RELATORIO DO FILME "NARRADORES DE JAVÉ"

Percebe-se que no filme gira em torno da historia falada (narrativa do povo de Javé)que tem muitas verdades e mentiras através da memória do povo que neles se recordam os fatos da fundação do vilarejo.Através dessa relação memória e historia se tem a permanência do conto de povo guerreiro que até nos atuais dias se tem descendentes do fundador de Javé:o Indalécio; já sua ruptura foi a questão da historia ter se fantasiado ao longo desses anos pois cada um falava sua versão a que lhe cabia favorecer.
O papel social que o homem exercia era a de fundador da cidade, um homem guerreiro mais sem grandes fatos para a formação vilarejo,fazendo da figura masculina o único que tinha historia, desprezando a figura feminina fazendo essa passar por louca. Já o papel social da mulher também gira em torno de uma mulher guerreira e companheira de Indalécio, mais após sua morte, essa guia o povo para sua terra prometida fazendo dela a fundadora de Javé, apesar de fantasiar um pouco falando que Mariardina tinha sonhado com a terra prometida, mas cada personagem faz referencia de sua própria historia já que se dizem descendentes de Indalécio e Mariardina.
O filme tem muito contraste da cultura africana, como próprio povo, percebe-se que são negros e mulatos a maioria, a religião também, a comida e em alguns casos ate a própria fala local do africano como foi o caso de um personagem da trama.
Na construção da historia cientifica, são encontrados vários sujeitos históricos, ou seja,os próprios narradores faziam suas historias mais como se percebe a escrita tem mais valor que a historia narrada já que essa pode fazer modificações e na historia escrita fica mais difícil,apesar de seu escritor poder modificar todo o contexto histórico.Na trama o personagem Biá tem o papel de escrever os contos dos personagens,de como foi fundada o vilarejo de Javé,ou seja os sujeito histórico faz sua parte de viver e contar,mais na verdade Biá não da muita importância para isso já que para ele tudo não passa de historias fantasiadas e esse quer fazer modificações para dar mais vida a historia,já que é ele quem vai escrever, pode-se então dar uma “floreada”assim como o próprio personagem diz.Mas no final acontece algo que vemos com freqüência a desvalorização da historia narrada,não dando importância para essa que um dia também será sua historia escrita,ou seja um documento como queriam que fosse ,um documento cientifico.

FICHAMENTO DO LIVRO "A REVOLUÇÃO FRANCESA"

SOBOUL,Albert:A Revolução Francesa.São Paulo:Difel,2003
O livro de Soboul fala que existiu dói problemas centrais que causara a Revolução Francesa,uma é a transição do feudalismo para o capitalismo e a outra é problema de ordem particular,ou seja,a sociedade da época e qual a característica da Revolução Francesa.
No final do século XVIII,as terras eram dominadas pela aristocracia e o clero e os camponeses eram sujeitados a trabalhar quase sem remuneração, ou ainda, sem remuneração alguma,isso fazia caracterizar o feudalismo.A burguesia era de fato um dos grandes possuidores de renda daquela época já que dominavam o comercio, apesar de ter dinheiro,ficava abaixo da aristocracia e do clero,deixando os burgueses assim irritados ,já que o poderio econômico encontravas se em suas mãos,mas a força política estava nas mãos de outros.
Soboul cita em seu livro o autor Barnave e diz que ele foi o primeiro a formular a teoria da revolução burguesa,escrita em 1792,publicada em 1843,dizendo que essa revolução só aconteceu por conta de que as instituições aristocráticas giravam em torno do latifundiário e que isso trazia atraso a economia e que o povo não queria isso e sim uma nova distribuição de riqueza e poder e novas leis políticas que beneficiassem a todos.Mas o autor fala que isso não seria o suficiente para gerar uma revolução e que devemos olhar mais a fundo as características da sociedade francesa do antigo regime.
Como pode se perceber a aristocracia e o clero é bancada financeiramente pelos burgueses e camponeses e que a corte tentava de todas as formas continuar com seu privilégios,mas essa tentativa estava começando a se dispersar já que o pensamento iluminista começa a progredir os pensamentos dos burgueses que começaram a ver que a atual realidade não podia ser mais tolerada.Para evitar confrontos maiores a aristocracia lutou contra o poder absoluto para mais tarde assegurar sua posição social e o clero a autonomia administrativa tradicional.Mas o que eles não sabiam que estavam abrindo caminho para os burgueses e os camponeses ,posteriormente conhecido como o Terceiro Estado,lutarem contra eles mesmo.
O Terceiro Estado era composto por 96% da população francesa,quem dominava era os burgueses.esses trabalhavam com o comercio e os outros na sua maioria com o trabalho artesanal.A população era dividida entre os jacobinos (classe de pequena e media burguesia)e os sans-culottes(classe populares).a burguesia só se juntou com as massas contra a aristocracia porque a população ia se deixar subordinar pelos burgueses,e esses é claro iriam lutar por seus ideais.
No inicio muitos camponeses rural continuaram a favor do seu senhor ,mas ao começar perceber que eram explorados ,que nunca iriam ter suas próprias terras ,que não tinham direitos,começaram a ir contra as fazendas ,como os outros populares iam contra os castelos.
A Revolução Francesa se deu no ano de 1789,por causa da crise econômica girava em torno do país ,Soboul da exemplo do autor Jaurès,e diz que seu pensamento sobre a revolução é muito simplificada,já que ele pensa que a principal causa da revolução se deu pelo poder econômico e intelectual que os burgueses tinham,e Soboul retruca esse pensamento dizendo que uma das causas se deu por conta do aumento alimentício,os baixos salários que os camponeses tinham e que tudo isso começou a gerar fome entre a população.
Na visão de Tocqueville isso só poderia vir a se gerar uma revolução,e foi o que aconteceu,já que a fome começou a mobilizar a população que na sua maioria estava atingida.
O autor nos fala que os pensamentos revolucionários foi um dos grandes impulsores pra que houvesse a revolução,mas ele nos falar que esse pensamento chegou de forma diferente pra camponeses,artesãos e burgueses.Com a crise econômica,os miseráveis se multiplicando cada vez mais,os camponeses se preocupavam e se sentiam ameaçado com o rumo que o país estava tomando ,e não viram outra saída a organizar um complô contra saída a aristocracia .No final de julho de 1789 os camponeses forçaram pra que as milícias se unissem e fossem lutar na revolução,o mesmo aconteceu entre os burgueses que organizaram as milícias camponesas contra a aristocracia.Com toda essa revolução das massas rurais e da cidade unidas por causa da fome fez com que desde fins de julho do mesmo ano,o antigo Regime caísse ,com isso a burguesia começou a comandar o novo governo e a rebelião das massas.As primeiras ações após a derrubada do antigo regime foi a ,supervisão de impostos ,municipalizou o país e liberou as autonomias locais.
Por derrubarem o castigo regime as massas também queriam fazer parte do governo, e para os burgueses,e para os burgueses não entrarem em confronto com a massa ,foram criado clubes que tinham o papel de vigiar a administração,denuncia os contra os revolucionários ,proteger os patriotas ,lançar petições,imprimir planfetos e cartazes ;em outras palavras o clube é o coração do movimento revolucionário.
No dia 17 de junho, o terceiro Estado tomou o nome de Assembléia nacional, e no dia 27 de junho o rei ordena que o clero e a nobreza se unam com a assembléia, depois dessa junção a assembléia para a se chamar Assembléia constituinte.
A derrubada do antigo regime fez com que o feudalismo fosse junto com ela, já que a Assémbleia nacional queria que houvesse uma reforma agrária sem indenizações aos seus antigos proprietários, mas de fato não foi bem isso que houve, já que pelo decreto do dia 15 de março de 1790, fala que há dois tipos de feudo: dominante e o contratante. O dominante com característica de corvéia ,servidão ,direito de caça ,esses não iam ser indenizado;agora o contratante ,de caráter burguês ,esse ia ser ressarcido pelo “prejuízo”.De fato para a maioria das massas essa decisão foi muito decepcionante.
Ainda nas questões dos direitos, a liberdade de imprensa era aceita mais com certas restrições (não perturbar a paz publica), a liberdade de custo se tornava tolerada e igualdade cível,ou seja ,a lei é igual pra todos .Os direitos políticos foram divididos em três alas:cidadãos ativos chamado de assembléia primarias :eleitores que formavam as assembléia eleitorais ,e os que eram eleitos chamado de assembléia legislativa .
Soboul mostra no seu livro, quem sempre perdendo era a aristocracia e não a burguesia, principalmente por conta do feudo .Muito camponeses que não podiam pagar a sua liberdade começaram a se chocar com essa aristocracia,que gerou outra guerra civil .A aristocracia preferia trocar o povo ,o concede lhe o fim do feudo e sua liberdade.
Com outra revolução ,o rei Luis XVI foge para Varennes,largando o povo a sua própria sorte.
Cada vez mais a revolução ia se estendendo a Europa .Em abril de 1792 a burguesia mercantil chamava de girondinos declaram guerra continental,e tinha como objetivo atacar o antigo regime europeu ,ou melhor atacar a aristocracia.Mas os girondinos estavam sendo vencido já que não aceitavam ajuda do povo.Com isso uma parte da burguesia viu que não conseguiria vencer sem o povo ,agora chamado de Sans- Culottes.
Com a execução do rei ,a nação agora servia mais perto da republica e se identificava mais com ela,os girondinos preocupados com a independência do pais não quiseram mais fazer aliança com o povo ,e agora estava fazendo o papel da aristocracia.
Com a fome ainda rondando o país ,o salário ainda era baixo ,já que seu aumento se dava por conta da subsistência e não pelo valor real do trabalho ,o ódio a nobreza ,quere acabar com os privilégios,querer ser todos iguais ,acreditar na aristocracia e ser enganado ,fez com que o comportamento terrorista do povo explodisse em 1793 e ficasse conhecido como terror .
O terror era o meio de defesa nacional e revolucionário, e defesa nacional e revolucionária, e tinha como objetivo defender a republica, pois a republica viria a torna –se um governo instituciona.Pra eles o terror era sentimento da nacionalidade e que era contra os aristocratas e aqueles que se unissem a ele.
Com isso surgem os jacobinos que eram organizações populares mais de modo mais popular,unem-se aos Sans-Culottes para assim lutares pelos mesmos ideais que eram a liberdade e igualdade que todos ansiavam.os jacobinos eram clubes que tinham o comando de assembléia parlamentar,que foi criada pelo acaso.Apos tanta luta conseguem o governo.No fim do inverno do ano II(novo calendário Frances)o governo revolucionário,que com muita luta tinham conseguido conquistar,os próprios Sans-Culottes não acreditavam no governo jacobina.
Um dos grandes representantes do governo jacobina era Robespiere.
Após tentativas de morte contra Robespiere,ele acabou sendo assassinado,e isso fez gerar mais conflitos dentro do país,ficando conhecido como 9 Termidor.
O 9 do Termidor acabou repartindo o poder político,os clubes jacobinos foram dissolvidos e o povo descontente com o governo não percebia que isso iam os prejudicar ainda mais.Os Sans-Culottes queriam um governo forte,mas não imaginavam que iriam ter quer obedecê-lo.
O governo jacobina não estava indo a favor dos ideais dos Sans-Culottes e mais uma vez estava seguindo o caminho da aristocracia e esquecendo das massas.
As massas já estavam desesperançosas, pois durante anos lutavam sem cessar a favor de seus ideais,mas eram sempre deixado de lado pelos governantes que só pensavam no seu próprio bem estar.Os burgueses mesmo após a Republica,não quiseram dividir suas terras com as classes populares,já que se vinhesse acontecer isso o comercio ,a industrialização,a arte deixaria de existir.
O 9 do Termidor foi a retomada do poder pelos girondinos.
O livro agora fala da Declaração dos Direitos Humanos que precede a constituição ,e diz que os termidorianos foram mais cautelosos a criarem as declarações do que os constituintes quando fizeram a constituição. A Declaração dá direitos de liberdade econômico;cidadão maiores de 21 anos, residentes a um ano no país, pagando seus impostos, tornava-se cidadão ativo;e a igualdade de lei para todos.
Soboul ainda diz que com tantas lutas dentro do país,os impostos não eram mais pagos pela população,a crise econômica so fazia aumentar principalmente por conta de colheitas má sucedidas,tudo isso fez com que o tesouro nacional acabasse se esvaziando e obrigando o país a fazer compra no exterior e que regulasse o consumo da população.
França agora estava estagnada,a economia fragilizada ,a ausência de produção de massas só faziam piorar a situação.A solução foi a cassação de 49 departamentos do governo,177 deputados onde a pratica da hipocrisias se encontrava ali afinal,mas so isso não bastava.
Bonaparte assumindo o poder nomeou novos senadores,a organização administrativa estava mais centralizada,o executivo era nomeado e podia ser dispensado a hora que ele queria,dispõe da força armada e nomeia os generais.
“Bonaparte já tinha proclamada com a maios simplicidade: “Eu,sozinho,sou o representante do povo” .(pg.94)
Soboul conclui dizendo que a França sempre viveu numa ditadura disfarçada,e que a maior vitoria do povo foi o fim do feudalismo e o começo de uma nova relação social,a queda do antigo regime é o novo caminho para o capitalismo;e que a Revolução Francesa deveria se chamar Revolução Ocidental,já que se iniciou nas colônias inglesas da America,indo para Suíça,países-baixos,Irlanda,França,Alemanha,Itália e etc.,todas tendo a burguesia no poder,ou melhor dizendo,que as revoluções que desencadearam na Europa deveriam ser chamadas de Revolução Burguesa.
Soboul finaliza explicando que as Revoluções Burguesas Clássicas tem como objetivo a queda do regime senhorial e da feudalidade para constituir-se uma sociedade capitalista e democrática liberal,que foi o caso da França.

FICHAMENTO DO LIVRO "A CIVILIZAÇÃO DO RENASCIMENTO"

Referencia bibliográfica: DELUMEAU, Jean. Um Novo Homem (Terceira Parte). IN: A Civilização do Renascimento. Trad. Pedro Elói Duarte. Lisboa: Edições 70, 2004. [p. 287-429]

O autor propõe uma visão sobre os homens do Renascimento, dizendo que eles começavam a se despertar sobre as miragens da Idade Medieval q que isso se dá por conta, sobretudo após a tomada de granada em 1492.
No Renascimento o homem começa a ter sua liberdade, já que é quando ocorrem as primeiras grandes navegações. Descobrem a América e o mundo imaginário dos europeus dá lugar ao Novo Mundo em que se encontravam riquezas e terras para serem exploradas. Com a leitura ao capitulo por percebe-se que o autor ainda continua falando dessa libertação do homem e nos fala sobre a reforma protestante que houve no século XVI, com o Martinho Lutero dando assim um olhar de Moderno sobre o seu tempo.
DELUMEAU nos diz que homens e mulheres do Renascimento tinham fome de romanesca, que na Idade Média isso era um sonho, mais que somente no Renascimento que se aflora. O Renascimento foi uma busca do homem moderno a sua antiguidade e que isso era muito bem apresentado com os quadros, representando um paraíso mitológico e ninfas. No Renascimento buscava-se uma aproximação do mundo terrestre juntamente com a natureza acolhedora e harmoniosa, DELUMEAU nos fala também sobre a representação religiosa dos quadros e afirma que a imagem do Demônio, Satanás e a Morte eram feitas de formas horrendas para poder atingir o imaginário simples e fazer com que os cristãos indolentes tremessem de medo.
O autor nos conta sobre as utopias do Renascimento, que era o imaginário de um mundo perfeito numa época em que pouco podia sonhar. Ele dá exemplos de alguns escritores que escreviam essas utopias como Thomas More (Utopia), Kaspar Stiblin (Breve Descrição do Estado Eudemonia, Cidade do País Maçaria), Campanella (A Cidade do Sol) e até mesmo Francis Bacon (A Nova Atlântida) já que seu pensamento constitui-se entre o pensamento antigo (Platão) e o pensamento moderno. Mas o autor rebate esses pensadores dizendo que os utopistas do século XVI e século XVII estavam atrasados a sua época, pois o individualismo crescia muito no Renascimento, enquanto eles pregavam a coletividade; o capitalismo se desenvolvia, e eles rejeitavam a propriedade privada e a moeda.
O autor deixa claro que toda essa busca da antiguidade e toda essa explosão cultural do Renascimento se deram somente para os ricos já que os pobres continuavam morrendo de fome, pois o Renascimento se da muito por causa do setor privilegiado já que eles bancavam os artistas da época e divulgavam o humanismo.
DELUMEAU cita alguns artistas e letrados que foram bancados pelas burguesias, como Leonardo da Vinci, Miguel Ângelo, Ronsard, Shakespeare. Leonardo da Vinci foi o primeiro artista que na Europa do tempo Renascentista teve um prestigio enorme; Rafael foi uma espécie de herói e/ou semideus, teve uma vida de príncipe e morreu numa sexta-feira Santa do ano de 1520, até o Papa Leão X chorou; Miguel Ângelo foi o primeiro que teve uma biografia em vida, teve uma espécie de culto antes de morrer e foi o que teve honras de funerais especiais.
Como já foi dito o poder da burguesia crescia muito, principalmente na Itália do Quattrocento, já que muitos príncipes não tinham descendência real como Francesco Sforza, Afonso e Ferrante de Aragão, Segismondo Malatesta, etc. Como pode se vê o Renascimento italiano colocou em questão à legitimidade de chefes do estado e a nobreza hereditária.
O autor fala sobre a literatura do Renascimento e evidencia que a inspiração vinha dos amantes cuja paixão não era correspondida e onde se consolavam em plena solidão já que essa era uma tendência na sociedade culta da época. Outro tema da literatura do Renascimento é a Morte, a idéia de que a vida não valia a pena ser vivida era muito expressando pelos autores Renascentistas, por conseqüência disso surgiu o medo e o desejo da morte.
DELUMEAU propõe ainda às questões da astrologia, ressaltando que como o Renascimento era uma busca a antiguidade, essa procura dos deuses pagãos em que tendiam virtudes mágicas dos planetas vai se criando a aproximação do homem com os cosmos. E com essa aproximação faz o homem perceber que ele pode ter dominação dos astros, ou seja, um homem pode adivinhar o que era acontecer com ele em outro dia e que esses “magos” (homens que fazem adivinhações) começam a ser exaltados pelo próprio homem; Deus então começa a perder o lugar de todo o poderoso no olhar do novo homem moderno.
Na arte italiana do Renascimento se via muitas composições com a astrologia, percebendo-se que muitas podiam dissimular significados muito profundos do que meras artes belas do Renascimento.
O autor cita alguns pensadores da época em que não acreditavam nesse assunto da astrologia; Erasmo, Rabelais, Lutero, Calvino.
DELUMEAU propõe agora o assunto da criança no Renascimento, dizendo que o reconhecimento dessas faz afirmar o individualismo. O Renascimento como já foi dito, foi uma época de muita representação artística, e a imagem do menino Jesus ao lado da Virgem Maria, mas no final do século XV e inicio do XVI, os artistas Leonardo da Vinci, Rafael e Miguel Ângelo começaram a fazer imagem nua do menino Jesus ao lado da Virgem. Com isso os artistas do Renascimento aumentaram cada vez mais o tema da infância na religiosidade, tendo assim um pretexto para a representação da criança nesse movimento artístico, já que a criança teve uma entrada discreta na civilização moderna.
Como também já foi dito, Renascimento só era pra pessoas ricas, então a criança pobre passou despercebida perante a sociedade, enquanto a criança rica começava a desfrutar da arte do retrato, o que começava a desenvolver,e proporcionando a entrada das crianças na sociedade.
Com o surgimento da criança no Renascimento, começou a ter uma preocupação sobre a educação. O autor fala que a educação da Idade Moderna é diferente da Medieval, já que eles substituíram o latim da igreja pelo Cícero e de Virgilio, e que introduziram o grego na educação das crianças.
O autor fala sobre o surgimento de universidades e como eram seus estudos, dando exemplo de como era o ensino da Idade Média e como os alunos se comportavam. Ele também ressalva que a procura do curso de teologia e arte eram maiores que o direito e medicina, e que no século XVI e XVII, havia mais pessoas cultas do que o século XIII e XIV. Como o autor já disse as pessoas de condições mais modestas, não tinham tanta oportunidade como os ricos, por isso sua aprendizagem se dava na pratica, ou seja, esses eram aprendizes de seus mestres.
Segundo as pesquisas do autor, e tendo como afirmação o autor BURCKHARDT, as mulheres pouco tinham acesso a escola e sua maioria ficava em casa,mais mesmo com essa situação havia mais mulheres cultas no século XVI do que as épocas anteriores.Mesmo as mulheres não tendo tanto acesso a escola,o autor destaca grandes mulheres que tiveram importante papel durante esses períodos como Joana D´arc;Isabel,a católica;Catarina de Medicis,Isabel I;Margarida de Navarra;Renata de França(duquesa de Ferrara)e Teresa de Ávila.
Ele também fala que a exaltação da mulher (corpo da mulher)se da na literatura e na arte,e que o renascimento foi a época em que mais se evidenciou isso.Sem sair muito do contexto de sexualidade o autor comenta sobre o homossexualismo masculina em que também teve sua manifestação na arte e na literatura,dando exemplo de Miguel Ângelo e Leonardo Da Vinci como uns dos colaboradores desse tema.
DELUMEAU começa a falar sobre a religião do século XVI, dizendo que nessa época não se havia ateu, mas que havia muitos que não obedeciam aos dogmas da igreja como Maquiavel, Nietzsche e ressaltando a idéia do autor VASARI, para dizer que Da Vinci tinha um espírito herético, sendo mais filosofo do que cristão. O autor diz sobre a questão do espírito e a carne, sobre o inferno, a imagem de Deus e Jesus sendo comparado como humanista na visão de BODIN. Segundo o estudo do autor ele nos revela que Rabelais desprezava os padres e monges, rejeitava as peregrinações, os cultos aos santos e as indulgencias, e que sua religião era o individualismo, mas mesmo assim cristão, e que ele estava longe de ser ateu.
Como o próprio autor diz: “A sociedade européia continuava a ser profundamente cristã” e “Das analises anteriores deve concluir-se que a Europa do Renascimento não era pagã e não se descristianizara tanto quanto pensava”, e “Devemos insistir mais no fato de o Renascimento ter pensado no cristianismo” (p.p 397).

ANALISE DO FILME GIORDANO BRUNO COM O TEXTO "OS QUEIJOS E OS VERMES"

Percebe-se que após ter lido o texto “O queijo e os vermes: o cotidiano e as idéias de um moleiro perseguido pela inquisição” juntamente com o filme “Giordano Bruno” que se passa no sec.XVI, após a reforma protestante, a igreja se sente ameaçada e por isso quem fosse contra a igreja católica era condenado por heresia. Com isso surge a inquisição.
O texto e o filme falam sobre a perseguição que a igreja fazia aos seus hereges. No filme, Giordano Bruno foi perseguido pela igreja católica apostólica romana por escrever livros que questionassem os dogmas da igreja, já no livro o personagem Mennochio fazia muitos discursos baseados em livros que lia, pois esses também contestavam os dogmas das igrejas e também acaba sendo julgado pela própria igreja com acusação de heresia.
O filme e o texto passam em datas quase iguais, mais pertencentes ao sec.XVI. Esse século passa por muitas transformações com as reformas protestantes de Lutero na Saxônia, Calvino na Suíça e Henrique VIII na Inglaterra.
Tanto o filme quanto o livro relata bem esse assunto que é a inquisição.

RESENHA DO LIVRO "A IDADE MEDIA EXPLICADA AOS FILHOS"

LE GOFF, Jacques. A Idade Média explicada aos filhos. Rio de Janeiro: Argila. 2007.
O livro “A Idade Média explicada aos meus filhos ”foi escrito por Jacques LE GOFF, um historiador francês especialista em Idade Média, teve a tradução de Hortência Santos Lencastre, lançado no Rio de janeiro de 2007, pela editora Agir.
LE GOFF, no livro “A idade Média explicada aos meus filhos” teve por objetivo explicar como se dava a relação da Idade Média ‘boa’ ou ‘má’ e como isso era visto.
Num primeiro momento LE GOFF já aplica esse conceito num período em que os senhores oprimiam seus camponeses, dando esse fato como Idade Média ‘má’.
“Existe, é verdade, uma Idade Média “má” os senhores oprimiam os camponeses a igreja era intolerante e submetia os espíritos independentes (que eram chamados de ‘hereges’) à Inquisição, que praticava a tortura e matava os revoltosos nas fogueiras... ”(p.p18-19).
Mas LE GOFF, também deixa claro a Idade Média ‘boa’ tem varias passagem do seu livro, destacando ela por sua beleza e influencia de cultura e do imaginário do povo.
“No entanto, existe também a ‘bela’ Idade Média, presente, principalmente, na admiração das crianças:diante dos cavaleiros,dos castelos fortificados,das catedrais,da arte românticas e da arte gótica,da cor (dos vitrais,por exemplo)e da festa”(p.p.19).
Seguindo esse contexto de ‘boa e má’ LE GOFF, sugere isso também a imagens aos cavaleiros na literatura; que eram vistos como maus, como por exemplo, o traidor de Ganelon, na canção de Rolando; é outro que tinham a imagem de bons como o Lancelote.
“A Idade Média gosta de descrever um mundo onde se opõem os bons e os maus, onde se desenrola um combate entre os anjos e os demônios “(p.p.35).
O autor fala sobre os castelos e as catedrais da Idade Média, ressaltando sobre sua função, mais continuando com essa questão da’ boa imagem ‘boa e má’ que a Idade Média nos deixou.
“Você tem razão: tanto para as crianças quanto para os adultos, o castelo fortificado também faz parte da ‘bela’ Idade Média” (p.p.41).
“Os progressos técnicas, a busca de grandes espaços, o uso cada vez mais desenvolvidos do ferro e de mentais diversos, permitem o nascimento, ao século X ao XIII, das grandes catedrais que são chamadas de ‘góticas’. Acho que já disse que ‘gótico’ significa ‘bárbaro...”. (p.p 47.48).
Passando para a sociedade LE GOFF, deixa claro que a Idade Media ‘má’ está mais presente nesse assunto do que qualquer outro que ele tenha citado no livro.
“Ate aqui, falamos principalmente, da ‘bela’ Idade Media, mas há também coisas menos belas. Por exemplo, quando dizemos ‘sociedade feudal’ é sempre para condenar a Idade Média” (p.p 53)
“Infelizmente não: as cidades da Idade Média eram também habitadas por inúmeros pobres, e essa pobreza é certamente um dos pontos negros daquilo que chamamos no começo de Idade Média ‘má’”. (p.p 61)
LE GOFF aborda sobre como a religião era aplicada e deixou uma imagem negativa ate hoje para a Idade Média.
“Juntamente com a Inquisição e sua repressão contra os hereges, o antijudaismo é um grande erro da Idade Média’. (P.P 86)
“Quer dizer que o balanço das cruzadas é muito negativo...
Em todo caso, elas não deixaram nada de positivo!Custaram caro em meios e em homens, e provocaram nos mulçumanos fortes rancores, ainda existentes nos dias de hoje”.(p.p 88)
LE GOFF com o livro “A Idade Média explicada aos meus filhos fala exatamente sobre essa visão da Idade Média ‘boa’ ou ‘má’ e nos deixa bem claro sobre isso em varias assuntos de seu livro, facilitando assim para o leitor leigo do assunto um melhor entendimento sobre o que foi a Idade Média numa leitura de fácil compreensão e de uma linguagem simples.

FICHAMENTO DO LIVRO"PENSANDO A REVOLUÇÃO FRANCESA"

FURET, François. Pensando a Revolução Francesa. Paz e Terra. Edição 2 [p. 15-95]
O autor propõe o debate sobre a Revolução Francesa, mas de um ponto de vista menos inocente do que muitos historiadores fazem, mas sim de ter pudor, já que em 1789 é a data ao nascimento, o ano zero do mundo novo, fundado no conceito de igualdade para todos, não podendo assim correr o risco de fazer o anacronismo com o tema.
Furet diz em seu documento que a revolução tem como função social manter o relato das origens, e que a revolução francesa é a história contemporânea e que ela sim teve um nascimento esplendido e que seu fim não existe, ao contrário do antigo regime que teve o seu fim, mas que seu nascimento se desconhece. Ele também dura claro que o século XIX acreditava-se na Republica, e que o século XX acreditava-se na Revolução.
Sendo a Revolução Francesa contemporânea, após um século passado e com a pressão da sociedade de História da Revolução Francesa, abre-se na Sorbonne um “curso” de história da Revolução obtendo-se assim uma legitimidade acadêmica sobre o assunto.
A leitura do documento de Furet deixa bem explicito que a Revolução Francesa existem várias histórias englobadas como a dos realistas, liberais, jacobinas, anarquistas ou libertários e que esta não é nem exclusiva e nem limitativa, mas que todas tem algo comum: elas são histórias da identidade. E no século XX, o historiador da Revolução Francesa comemora o acontecimento que ele conta e/ou estuda, mas que entretanto é preciso tentar romper esse circulo vicioso da historiografia universitária, onde os comunistas seguiram, os socialistas e os radicais na gestão comemorativa, agarra-se a ele e não desrespeita as tradições.
O autor também nos mostra dois estudiosos da Revolução Francesa, o Michelet e Tocqueville e diz que qualquer historiador da Revolução Francesa precisa escolher um dos dois para fazer seu trabalho, já que Michelet comemora a história, faz dela achados ao coração, adivinhações da alma e dos atores; e no ponto de vista de Tocqueville, ele não cansa de interrogara distância que supõe existia entre as intenções dos atores e o papel histórico que eles desempenham e ainda faz criticas a qualquer história da Revolução fundada na vivencia dos revolucionários. É como se tivesse que escolher entre uma história republicana e uma história conservadora da Revolução Francesa, ou ainda que haja um abismo entre o balanço da Revolução Francesa e as intenções dos revolucionários.
“Essa miscigenação de gêneros corresponde à confusão de dois objetos de análise: a Revolução enquanto processo histórico, conjunto de causas e conseqüências, e a Revolução enquanto modalidade da mudança, como dinâmica particular da ação coletiva” (pg. 33)
Na leitura o autor diz que Tocqueville acreditava que a Revolução descende de linha direta do Antigo Regime.
A Revolução Francesa é vista como tendo dois lados, de um lado uma monarquia estúpida e uma nobreza egoísta, ligados uma a outra por interesses políticos e ideologias reacionárias; Já do outro, o resto da sociedade civil, conduzida, arrastada por uma burguesia rica, ambiciosa e frustrada com esses acontecimentos entre o ano de 1789 à 1794, dão a luz ao capitalismo (econômico).
Como já se viu, o autor confirma que Tocqueville acreditava numa história contínua, mas ele dá o nome para essa problemática de Revolução-processo, e que é no seu caso, um processo de continuidade; a Revolução estende e consolida, levando a seu ponto de perfeição, o Estado administrativo e a sociedade igualitária, cujo o desenvolvimento é a obra característica da antiga monarquia, ou seja, antigo regime.
Furet fala que nem o capitalismo nem a burguesia tiveram necessidade de revoluções para dominar os principais países da Europa no século XIX. Mas desde 1787, o reino da França é uma sociedade sem Estado e isso faz com que esse país invente a Revolução, a cultura democrática, revelando uma consciência fundamental da ação histórica, e ainda que a Revolução Francesa não inventou a política como domínio autônomo. Mas que chegado o ano de 1789, que os nobres juntamente aos mais humildes camponeses a revolução nasceu de um cruzamento de vários acontecimentos, uns muito diferentes dos outros, pois uma crise econômica resultou-se numa crise política declarada desde 1787. Apesar que desde 1789, a consciência revolucionária e a vontade de vencer o Estado, aflorava na mente de todos.
“A Revolução é o espaço histórico que separa um poder de outro poder, e onde uma idéia de ação humana sobre a história substitui-se ao instituído” (pg 40)
O autor confirma sua pesquisa sobre a Revolução Francesa dizendo que ela constitui-se uma ideologia de ruptura radical com o passado, e que isso era de fato um formidável dinamismo cultural da igualdade. E ele continuando dizendo que a primeira tarefa de um historiador revolucionário é redescobrir a análise política como tal.
O autor agora começa a falar de outro estudioso da Revolução Francesa, o Cochin, e ele dizem que esse estudioso consiste em dois outros estudiosos, o Michelet e o Tocqueville, mas em resumo ele diz que Cochin leva o espírito dedutivo de Tocqueville, e o estilo desordenado de Michelet.
Furet entra num personagem muito importante da revolução, O Rousseau. Ele diz que Rousseau não é em nada responsável pela Revolução Francesa, mas é certo que ele construiu, sem perceber, os materiais culturais da consciência e da pratica revolucionaria, e que foi Rousseau quem forneceu a formulação teórica mais rigorosa dessa questão. É ele quem lhe dá uma solução especulativa, no nível de direito, pela vontade geral. E Furet continuava dizendo que a vantagem de Rousseau é o seu vigor. A partir da igualdade dos homens, dos direitos dos indivíduos, a seus olhos, só há duas soluções possíveis: o contrato social ou o homem acima da lei, que garanta ao menos a paz social. Desde então, o contrato histórico, mas preenche as mesmas funções que a demonstração de Rousseau: dar não somente o poder, mas a relação entre o individuo e o coletivo abstrato que os constitui enquanto povo, uma designação legítima que tenha como fundamento os direitos desse individua. Mais claramente Rousseau nos diz que o coletivo abstrato tem o nome de nação, e explica que nação é precisamente o quadro da história e do contrato social, um conjunto de direitos individual imprescritíveis, e defeso somente ela garante. A nação é o conjunto homogêneo e unânime de cidadãos que recuperam seus direitos.
Agora o autor explica como foi a difusão dos pensamentos revolucionários, dizendo que essa difusão foi feita pela leitura de melhores de brochuras pré-revolucionarias, e que metade dessas brochuras continha referências a história da França, um verdadeiro apelo histórico pelo direito da nação. A literatura então assume desde então a função política. Com isso a confusão de papéis, a instalação de homens de letras em uma função da qual eles exercem apenas uma parte imaginária, sem saber de qualquer prática do poder, os letrados tendem a substituir o fato pelo direito, os franceses então partem à liberdade abstrata, sem experiência coletiva, sem mios de experimentar os limites da ação, partindo sem saber para a ilusão política. Isso tudo se deu pois a sociedade francesa ao século XVIII encontrava-se numa busca desesperada de lideres, pois era uma sociedade desenvolvida demais para manter-se obediente ao tipo de governo do Estado, por isso essa sociedade foi progressivamente substituindo-os por outros lideres: os filósofos e os homens de letra. E nessa tentativa de se refazer um novo poder, com uma sociedade sem contradições, que vai se constituir a consciência revolucionária, com um imaginário político, e mais como uma reviravolta no imaginário do antigo regime.
Como o autor já disse, a revolução foi criada num conceito ideológico, mas essa ideologia veio de um pensamento político francês que optou por ter traços culturais específicos, que serviram para a ideologia revolucionaria. Também só relembrando o rei e o chefe da nação, mas retira sua autoridade do consentimento dessa nação, e só governa legitimamente enquanto permanecer submetido aos termos constitutivos do contrato, que também é chamado constituição do reino. Esses pontos o autor faz questão de destacar.
“Pensei durante muito tempo que poderia ser intelectualmente útil deslocar o começo da Revolução Francesa para antes, para o início de 1797 e a reunião dos notáveis: esse deslocamento cronológico apresenta a dupla vantagem de datar mais exatamente a crise dos poderes tradicionais, e de integrar o que se costuma chamar ‘revolução aristocrática’ à Revolução propriamente dita. Na teoria e na prática a monarquia morre nesse ano...” (pg 59)
Furet diz que a ruptura que se opera no fim de 1788 entre os parlamentos, ligados a convocação tradicional dos estados, e os resto da sociedade política, que já se intitula “a nação”, e como viu claramente Cochin, a primeira visão do campo revolucionário e com muita certeza Tocqueville data de setembro de 1788 aparição do que ele chama de o verdadeiro espírito da Revolução. Assim como Rousseau, Montesquieu foi citado e comentado na revolução, mas no final como já se viu só se fala de Rousseau, ele se tornou e vai permanecer como o fundador único da Revolução.
1789, em sua primavera, fica claro que o poder não mais está nesses conselhos ou nesses gabinetes do rei da França, de onde partiam tantas decisões, tantos regulamentos, tantas leis, mas sim de um poder coletivo e uma nova consciência histórica, ou seja, o novo poder é do povo. A Revolução considera qualquer poder executivo corrupto e corruptor, já que se encontra separado do povo e portanto privado de sua legitimidade.
Segundo Furet a revolução é esse conjunto de práticas novas que super investe a política de significações simbólicas, que desde is primeiros acontecimentos a consciência revolucionaria é uma consciência da ação histórica.
Agora o autor do texto Pensando a Revolução Francesa, fala sobre outro personagem da Revolução, o Robespierre. Robespierre foi um herói epônimo do Terror e da Salvação pública, patrocinado por seus antigos amigos, que se tornam “termidorianos”, que conhecem o enredo, e ganham o papel central da conspiração contra a republica, sem compreender que estão contribuindo para sua lenda. Robespierre não acreditava mais em um poder popular, mas a oposição desse poder pelos aproveitadores da Revolução. O que fez de Robespierre uma figura imortal, não é que ele tenha reinado alguns meses sobre a Revolução, mas que a Revolução fale, através dele.
A história da Revolução deve considerar não somente o impacto das circunstância da crise política, mas sim a maneira pela qual as circunstâncias são arranjadas no imaginário revolucionário e lutas pelo poder. Já que mal pensada, mal organizada, a fuga a Verennes transforma-se em catástrofe para Luís XVI, mas é a prova de que o rei do Antigo Regime esteve sempre preparando em segredo o banho de sangue contra-revolucionária, e também a consagração nacional da conspiração aristocrática. O autor complementa dizendo que o momento dessa fuga fracassada do rei da França data também uma mudança de direção da ideologia revolucionaria.
O autor debate a visão de Robespierre dizendo que para ele a guerra só existe como um jogo pelo poder no interior da Revolução, a ação nunca é incerta, da mesma forma que o poder nunca é inocente. Como a própria Revolução, Robespierre só conhece os bons e os maus, patriotas e culpados, a palavra pública da vigilância e a conspiração oculta dos ministros.
“A festa do Ser Supremo e o Grande Terror estão investidos da mesma finalidade: garantir o reino da virtude” (pg 85)
Furet explica que após a morte de Robespierre, passamos de Cochin a Tocqueville. Ao mesmo tempo que duas épocas, o 9 de termidor separa dois conceitos da Revolução, ele coloca fim a Revolução de Cochin, mas faz parecer a Revolução de Tocqueville. Pois a queda de Robespierre provoca, clara e prontamente é a retomada por parte da sociedade e de sua independência em todos os níveis, quer se trate da vida cotidiana, dos costumes, dos hábitos, das paixões e dos interesses, já que os franceses após o termidor, deixaram de amar a república.
A burguesia do Brumário procurava um militar liberal para coroar um sistema representativo. O sentimento popular impulsiona um general vitorioso a instaurar um Estado absoluto. Como explica Marx, é uma versão administrativa do Terror que encerra a Revolução Francesa. No extremo dessa lógica ambígua encontra-se Bonaparte, ou seja, um rei da Revolução. E é Bonaparte que vai pagar seu duplo preço histórico: um Estado forte e a guerra permanente.
“Mas o que esse livro quer sugerir vai além dessa constatação negativa: é que existe na cultura democrática, que é o verdadeiro acontecimento da Revolução Francesa, nessa transferência da legitimidade que é a sua própria natureza, algo que constitui, pelo avesso ou pelo direito, a imagem tradicional do poder absoluto. Entre 1789 e 9 de termidor de 94, a França Revolucionaria faz do paradoxo da democracia, explorado por Rousseau, a única fonte de poder” (pg 94)
O autor faz suas considerações finais dizendo que a Revolução terminou, pois a França reencontrou sua história, ou reconcilia suas duas histórias, e que a Revolução Francesa não é uma transição, é uma origem, e uma fantasia de origem. E isso que há de único nela, que constitui seu interesse histórico, e é aliás esse “único” que se tornou universal, a primeira experiência da democracia.

RESENHA DO LIVRO "ESCOLA DOS ANNALES"

BURKE, Peter. A Escola dos Annales (1929-1989/0: a Revolução Francesa da Historiografia. São Paulo: Fundação Editora da UNESP. Tradução Nilo Odalia

Peter Burke escreveu o livro A escola dos Annales (1929-1989): a Revolução Francesa da Historiografia, que teve a tradução feita pelo Nilo Odalia, que foi editada pela Fundação Editora da UNESP. Peter Burke é um historiador inglês, nascido em Stanmore, fez doutorado na Universidade de Oxford, vive em Cambridge juntamente com a historiadora brasileira Maria Lúcia Pallares. Burke, discípulo de Chaunú, que o introduziu ao mundo dos Annales. Peter Burke já publicou mais de Juntas obras de 1978 até hoje.
Peter Burke trata em seu livro, que a escola dos Annales foi criado por um grupo de historiadores que teve como líderes Lucien Febvre e Marc Bloch, que tinham opiniões diferentes da historiografia tradicional (século XIX), do jeito que esse conhecimento era criado e passado, fazendo então a valorização do sujeito histórico, ou seja, o historiador. O livro também fala sobre a interdisciplinaridade com outras matérias, como a geografia, filosofia e etc. O autor começa sua obra com criticas a historiografia do século XIX, depois ele conta como foi a fundação da revista que depois originou a primeira escola dos Annales com Febvre e Marc Bloch, depois a segunda geração com Braudel e a terceira geração com um novo grupo de historiadores, mas essa geração diferentes de outras incluía mulheres ao seu grupo, o autor procura mostrar que após a Annales ouve uma revolução historiográfica, tendo assim uma visão mais critica.
Burke faz a analise do primeiro capitulo contando que a problemática do livro em ordem cronológica, partindo da historiografia tradicional (XIX) até o aparecimento das criticas desse tipo de historiografia no século XX. No segundo capitulo o autor conta como os fundadores Lucien Febvre e Marc Bloch se conheceram. Faz um breve relato da vida de cada um e suas obras, como foi a idéia e a fundação da revista Annales d’historie economique et sociale. No próximo capitulo, o autor destaca a figura de Braudel, contando um pouco sobre sua vida e obra e como foi a sua entrada ao grupo dos Annales. No capitulo seguintes Burke conta o que é a terceira geração aos Annales.
“O problema está em que é mais difícil traçar o perfil da terceira geração do que das duas anteriores. Ninguém neste período dominou o grupo como o fizeram Febvre e Braudel” (pp 56) E por fim como o próprio titulo do capitulo.
“Os Annales numa perspectiva global” (pp 77) o autor propõe uma visão global do que é os Annales e suas influências na nova historiografia. O livro traz ainda o glossário que facilita o entendimento da linguagem dos Annales, e uma bibliografia bem extensa.
O livro começa com uma breve apresentação, mostrando os principais fundadores do Annales Marc Bloch e Lucien Febvre, e explica que a partir de uma obra pessoal bem significativa para ambos, tiveram a vontade de fundarem uma revista, que teve por maior motivo o enriquecimento da história, e a interdisciplinaridade com outras ciências. Em seguida o prefácio diz que essa revolução da historiografia aconteceu na França, que surgiu com um grupo que se denominou de Annales, que depois surgiu a revista dos Annales, que hoje já se tem sessenta anos. No primeiro capitulo do livro o autor fala que antes de Bloch e Febvre, já houve uma tentativa de fazer uma nova história, mas que no final esse movimento não deu certo, mas que por volta de 1900 a história tradicional tornou-se alvo de intensos debates. Em seguida o autor fala como foi o movimento dos Annales na sua primeira geração, iniciando como foi a formação acadêmica de Febvre, destacando sua principal obra, fala também sobre Bloch, dizendo que sua especialização acadêmica era medievalismo, que teve muita influência de pensamento do Emile Durkheim e sua obra; o autor ainda destaca que Febvre se preocupava mais com a geografia e que Bloch mais com a sociologia.
“O compromisso de Bloch com a geografia era maior do que Febvre,embora seu compromisso com a sociologia fosse maior.Contudo,ambos estavam pensando de uma maneira interdisciplinar”(PP.18)
Nesse mesmo capitulo o autor fala sobre como foi a criação dos Annales, que teve a idéia inicialmente com Febvre mas que depois foi resgatada por Bloch, como foi o inicio da revista Annales, as criticas ao método da história, e por fim a nomeação de Braudel como responsável pela revista.
No terceiro capitulo o Peter Burke começa a falar sobre a segunda geração dos Annales com a liderança de Braudel, nesse capitulo ele fala sobre a formação acadêmica e artigos (obras) de Braudel, o seu trabalho na Universidade São Paulo e como conheceu Febvre no Brasil, a renovação do Annales com novos pensamentos de diferentes historiadores, a influência de Braudel para outras gerações e a sua contribuição para a história quantitativa. No capitulo seguinte o autor explica que no ano de 1968 o surgimento de uma terceira geração já se encontrava bem evidente, e com a morte de Braudel em 1985 a terceira geração acaba ficando sem ninguém para liderá-lo, por isso essa geração é difícil de traçar um perfil e ainda começa a fazer mudanças no modo econômico para superestrutura, nesse capitulo também se fala sobre a valorização da história do cultura e as criticas que a escola dos Annales sofreram já que se preocuparam com sociedade, economia e ocultavam á política, e aqueles historiadores que se preocupavam com a política estudavam apenas as políticas contemporâneas. No ultimo capitulo faz-se um perspectivo geral dos Annales, dizendo que os Annales já tinha aliados e simpatizantes fora da França e que foi graças a era Braudel que ela ficou conhecida por toda Europa, já que a tradução da revista facilitou muito para outros conhecerem seus ideais. Uma outra grande contribuição da revista foi a expansão de conceitos e métodos que eles analisaram durante vários períodos históricos e de varias regiões, outra coisa foi o interesse de outras matérias como geografia, sociologia e antropologia pela revista e também o autor frisa que a contribuição individual de Bloch, Febvre e Braudel ajudaram muito a revista para que se torna-se uma revolução da historiografia. Por fim, faz um glossário de termos usado pelos Annales e uma bibliografia de livros usados por ele e outros tipos de livros, e obras importantes dos autores dos Annales.
O autor teve como resultado de sua obra a trajetória que percorreu os Annales, deixando obvio que o sujeito que faz o conhecimento e/ou interfere na história e a interdisciplinaridade, outra coisa foi relatar a biografia de alguns personagens da história e suas respectivas obras e a influência que o Annales teve na “Nova História”.